sexta-feira, 2 de maio de 2014

deu-me agora de repente

... vontade de chorar.
às vezes acontece-me. leio umas palavras, vejo uma imagem, ouço uma música e dá-me vontade de chorar.
choro pouco. já chorei menos...
tenho tudo, na realidade. porque será que em alguns dias este tudo não me parece chegar?


não venho cá há muito tempo.
tenho vivido todos os dias, mas alguns passam por mim sem que eu passe por eles. e é um desperdício, eu sei.


esperanças novamente. desilusões novamente. o corpo a não funcionar bem. farta de me sentir mal disposta. sempre preços tão altos a pagar.


alegrias, sim. o meu maravilhoso A.


preocupações grandes como J. e com a minha mãe.


mais um dia, este. mas hoje, de repente, apetece-me chorar.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

sou teimosa

... pois sou. mesmo teimosa.
de não fosse, se calhar já não estava cá. e se calhar era solteira. de certeza que não estava à espera de bébé. provavelmente ainda só estaria no meu primeiro emprego. seria tudo muito diferente se não fosse teimosa.
ainda bem que sou :)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

tantas vezes

... se ouve dizer que sujeito tal, coitado, não merecia isto ou aquilo. não sei se gosto da palavra 'merecer', perece um bocadinho como se estivesse associada a pena. talvez por isso, de cada vez que alguém me disse nestes últimos anos que eu não merecia tudo o que tem acontecido, nunca me soou muito bem...

de qualquer forma, eu acho que a culpa é também de cada um. a natureza tenta governar o mundo da forma certa, e depois vimos nós, humanidade, e trocamos as voltas a tudo. desiquilibramos o equilíbrio natural e divino, e depois queixamo-nos das consequências.

eu, pessoalmente, já desafiei os Deuses mais do que uma vez. interferi no meu próprio caminho de forma irreversível, naquilo que o 'destino' tinha reservado para mim. não era suposto estar onde estou, não era suposto ter chegado aqui, e certamente não no momento particular que vivo. e agora, vou passar o resto da vida a lutar contra o que estava escrito? ou pelo contrário, tenho uma folha em branco novinha, à espera que eu a escreva? somos castigados ou recompensados por fazermos pela vida no sentido literal?

por enquanto, agora, sinto-me recompensada de tudo. e para dizer a verdade, no fundo, até acho que 'mereço'.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

é inevitável

... que por estes dias não se pense no passado. que á memória não venham momentos, tanto os bons como os outros, que fizeram parte da nossa história de vida.


este ano, concretamente, foi realmente pleno. de experiências, de emoções, da mais maravilhosa felicidade, da mais profunda tristeza. conheci a alegria maior, conheci o desgosto pior. conheci a dor, ainda a dor. mas também conheci o amor, a cumplicidade, a verdadeira amizade, a esperança, a fé.


estou diferente, este ano (e o anterior) mudaram-me. não consigo explicar exactamente em quê, e penso que os outros não notam. surpreendentemente estou mais serena, mais confiante, quando na realidade acho é que tenho motivos para o contrário. vá lá entender-se...

a minha cunhada A. ofereceu-me este Natal um presente maravilhoso. um livro escrito e ilustrado por ela especialmente para mim em edição única. cheio de imagens lindíssimas, em que a primeira é uma pomba e a segunda é um anjo. o livro é uma viagem, e tem também palavras que contêm emoções muito pessoais dela mas também minhas. em comum, eu e ela, temos a experiência de ter passado por situações limite no que respeita à vida. e quanto a isso ela escreve que depois de passada essa experiência tomamos consciência de que antes sabíamos pouco e que depois passamos a saber demais. é exactamente isso. agora eu sei demais. às vezes não sei o que fazer com tudo o que sei...


que a perda não tem outra palavra para a descrever que não essa mesma. perdi, este ano. e o que perdi não volta mais.


que é mentira que até morrer vamos sempre a tempo de tudo. dizem-nos isso desde crianças e nós acreditamos mas não é verdade. há coisas que já não vamos a tempo depois do seu tempo.


que se sobrevive a tudo menos à própria morte.


que amanhã é sempre o dia mais importante das nossas vidas.


que as possibilidades são infinitas. não em todas as circunstâncias, mas ainda assim infinitas.


que o tempo é mais precioso que todo o ouro e todas as pedras preciosas do mundo. que não se pode trocar por nada, que cada minuto mal gasto é mais do que apenas um minuto de vida perdido.


que sem as pessoas que estão mesmo do meu lado não consigo viver.


e tanto, tanto mais.


2011 trouxe-me medo, esperança, dor, amor, perda, felicidade, angústia, serenidade, ansiedade, segurança, novos amigos certeza, fé. e mais fé. o que é que sei de certeza? que 2012 me vai trazer exactamente o mesmo, mas em mais. os sujeitos dos adjectivos podem ser outros, mas as emoções vão ser as mesmas. porque as que importam são meia dúzia.

dedico o último post deste ano aos meus pais, à minha cunhada A., à minha Lua Z., à minha Luinha C., ao P., à minha prima D., à minha tia N., à minha madrinha M. R., e à M. e à M. (que conseguiram transformar um dia especialmente penoso num dia à Mosqueteiras)... e ao J., claro.

e a alguém que foi o segundo melhor presente que 2011 me ofereceu: minha querida A. Matos, este é também para si. passou a fazer parte daqueles que trago comigo sempre e que levarei para onde quer que vá. de cada vez que estamos juntas ensina-me mais daquilo que (infelizmente) também já sabe demais. não vou ter tempo suficiente para conhecer de si tudo o que gostaria, mas do que já conheço, diz-me o meu coração que o seu consegue operar milagres.


aos meus Amores de sempre, e aos novos, FELIZ 2012!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

citações #3

"Mas sobrevivi. Sobrevivi, tu sobreviveste e a Agnes sobreviveu.

(...)

A vida encontra sempre um caminho, como costumava dizer o teu avô. Não te esqueças disso. A vida encontrará um caminho."

em "Reencontros" de Cathy Kelly

ps: pormenor, Agnes é o meu nome em inglês...

sábado, 29 de outubro de 2011

"tenho saudades tuas

... assim para cima de bué", disseram-me há pouco tempo. e mesmo que me tenha sabido bem, só depois de aparvalhar um bocadinho é que consegui responder de igual forma.

"miss you like crazy" também me escreveram há dias no Facebook.

"ao fim de não-sei-quantos-anos foi um enorme prazer reencontrar-te porque há pessoas cujas linhas da vida se cruzam com as nossas e nunca mais se descruzam" foi outra mensagem maravilhosa que recebi recentemente. enviei mensagem de volta a dizer que era completamente mútuo, e foi com sinceridade absoluta que o fiz, mas demorou um bocadinho.

e depois há aquelas pessoas de quem sinto muita falta mas que estão longe, algumas a milhares de quilómetros de distância, e não fossem as novas tecnologias de comunicação, pouco saberia delas. N. e I., sinto-os tão longe... e preciso de vocês. tenho precisado das vossas mãos e das vossas vozes a dizerem-me que vai tudo correr bem. sou egoísta, eu sei, mas é a verdade.

e há também aquelas com quem posso ter estado há minutos, e que quando nos separamos já tenho saudades. essas são poucas...

tenho a sorte de estar perfeitamente suportada por muita gente, gente que interessa, o que não impede que sinta falta das que não tenho sempre por perto.

por exemplo, acabei de descobrir que uma pessoa que até há poucos anos costumava saber (quase) tudo de mim e eu dele, vai ser pai. e eu não sabia de nada. é o tipo de coisa que me deixa verdadeiramente triste. e zangada. não sei se mais comigo se com os outros.


sou eu que estou longe? sou ingrata? tenho estado demasiado recolhida? estarei a proteger-me demasiado? tem este estado de semi letargia em que me encontro provocado um afastamento inconsciente?


se for esse o caso e a culpa for minha, chamem-me nomes se quiserem. mas chamem-me. mesmo que no primeiro instante eu recuse, insistam fáchavor. eu às vezes sou um bocado parva, como sabem.


a verdade é que não posso viver sem vocês.

sábado, 22 de outubro de 2011

citações #2

"Mas havia tanta coisa que ela queria dizer a Gillian, tantas lições. Precisava de o fazer antes que fosse tarde demais. Todas as coisas que Eleanor aprendera se perderiam e Gillian teria de viver a sua vida sem as saber.

Que sempre se pode mudar de opinião.

Que as pessoas são fundamentalmente boas.

Que a culpa e a falta de confiança em si mesmo nunca ajudaram ninguém.

Que é preciso amarmo-nos e respeitarmo-nos a nós mesmos antes de dedicarmos a nossa atenção a outras pessoas."


em "Reencontros" de Cathy Kelly